Muita gente se pergunta por que o céu é azul? E também por que as nuvens são brancas e às vezes amareladas, avermelhadas ou simplesmente escuras? E como se forma o arco-íris? E o raio verde, alguém já viu ou sabe o que é?
No céu, encontramos uma boa gama de cores. Depende apenas da hora, do lugar, da época e de onde está o observador, segundo as estações do ano. Existe um conjunto de fenômenos propícios à visão desses coloridos celestiais.
Ainda no período recém saído da obscuridade, Franciscus Aguilonius (1567-1617), um jesuíta de Bruxelas, desenvolveu um sistema de cores provavelmente inspirado na natureza das cores observadas no céu. Organizado num sistema de arcos, as cores que vemos no céu foram dispostas entre o branco do dia e o negro da noite. Entre esses dois extremos, o amarelo, o vermelho, o azul. Abaixo estavam cores mais terrenas, como o ouro, o púrpura e o verde da vegetação.
De fato, se observarmos o céu pela manhã, temos a oportunidade de ver cores bem amareladas; no entardecer temos as cores avermelhadas; o azul é sempre uma cor predominante entre o amanhecer e o entardecer.
Por que o azul do céu?
A cor azulada do céu, assim como todas as outras, é formada pelos raios da luz solar, que contém todas as cores derivadas de três comprimentos de ondas: as curtas (azul), as médias (verde) e as longas (vermelho), situadas entre 700 e 400 nanômetros, tidas como cores primárias.
As moléculas da nossa atmosfera (o ar) possuem a dimensão exata para espalhar em todas as direções os raios correspondentes às ondas curtas, dando ao céu a cor azulada.
Ao final da tarde a luz tem que atravessar uma faixa de ar mais grossa, típica do amanhecer e do entardecer, dando lugar aos tons alaranjados e avermelhados. Já a composição das nuvens é diferente e reflete todos os comprimentos de onda, o que dá a elas aquele branco característico. As nuvens escuras são devidas às posições mais baixas, com a luz do sol em ângulo que provoca sombras.
Assim, as cores são fenômenos interativos provocados pelas ondas de luz emitidas pelo Sol ou outros iluminantes e pela nossa capacidade de ver e interpretar os impulsos luminosos em diferentes cores, segundo a mistura das três ondas básicas refletidas pelo meio circundante. Desse modo, nossa mente transforma os raios de luz transmitida ou refletida na sensação da cor, algo que não existe concretamente.
É importante deixar claro que existem duas sínteses cromáticas com primárias diferentes: a aditiva de cor-luz, relativa ao colorido transmitido diretamente por meios como a TV e os monitores de computadores; a subtrativa de cor-pigmento, resultado da reflexão da luz pelos objetos que nos cercam, como as superfícies naturais ou pintadas. Há também uma terceira, denominada síntese partitiva, um fenômeno que provoca mutações cromáticas onde as duas primeiras sínteses se misturam, um assunto muito interessante que trataremos em outro artigo.
E as cores do arco-íris?
Muitos cientistas, filósofos e poetas já descreveram os mistérios do arco-íris, um verdadeiro sistema de cores criado pela natureza. Trata-se de um fenômeno que depende sempre de uma certa quantidade de gotículas d’água em suspensão logo depois de uma chuva, mas em posição contrária ao sol da manhã e do entardecer, vista pelo observador de costas para o Sol.
Cada gota d’água funciona como um prisma, decompondo os raios de luz nas sete cores, formadas pelas três primárias, como na explicação anterior. O conjunto de decomposição da luz gera um todo holográfico formando os arcos que refletem a coroa solar. Em situação favorável, como no alto de montanhas ou num avião, podemos ver os círculos completos.
E o misterioso raio verde?
Esse é outro fenômeno que ocorre no céu. Mas é raríssimo! Ele acontece no exato momento em que o Sol se esconde. Nessa hora, em dias de atmosfera completamente calma e temperatura mais ou menos equilibrada no horizonte, com a luz azul dispersa pelas moléculas do ar, as outras cores são desviadas da atmosfera, criando um verde muito límpido. É como uma linha verde que corre de repente no horizonte do Sul para o Norte, como se fosse o rastro de um avião em altíssima velocidade, constituindo um fantástico espetáculo.
Dizem que quem já viu o “raio verde” fica com o coração cheio de luz e em perfeita harmonia com a natureza. Eu já vi uma vez, mas na época não sabia do que se tratava. Pensei que era um OVNI! Anos depois descobri a descrição do fenômeno num livro intitulado “O Verde”, de autoria do brasileiro Adelino Ricciardi. Mas quem foi Adelino Ricciardi? Se você sabe, compartilhe comigo sua informação.
Nelson Bavaresco - designer gráfico e pesquisador. Ministra treinamentos sobre Teoria e História das Cores – Linguagem e Significado da Cores - Harmonia e Mistura de Cores. É autor do Sistema de Cores Cecor.
Texto publicado originalmente em:
http://www.mundocor.com.br/cores/cores_ceuarcoiris.asp
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